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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Caso Tenório I




"Com a regulamentação da cirurgia que possibilita a mudança de sexo pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o procedimento já pode ser feito pela rede particular de saúde. Para atender as pessoas que nasceram com corpo de mulher e querem ter o órgão sexual masculino, os hospitais precisam atender alguns requisitos da resolução, como ter equipe multidisciplinar para esses casos e ter comissão de ética. O direito a adequar o corpo a condição psicológica agora existe tanto para mulheres (que nasceram com o corpo masculino) como para homens (que nasceram com o corpo feminino) transexuais. Nesta reportagem você vai entender como é feita a cirurgia recém regulamentada e os aspectos psicológicos e sociais que giram em torno dela.
Imagine alguém se saber um homem, se identificar inteiramente com o universo masculino, mas ser visto pelas outras pessoas como uma mulher. É mais ou menos assim que os homens transexuais (que nasceram no sexo feminino) se sentem. O preconceito com aqueles cujo corpo não condiz com o gênero psicológico é um dos maiores problemas enfrentados por essa parcela da população e o transexual Leonardo Tenório sabe exatamente o que isso significa. Há pouco mais de um ano, quando ele resolveu “gritar” para o mundo que era um homem e não o contrário, sofreu muito preconceito, especialmente da sua família.“Minha mãe disse que iria me internar, falou que eu estava louco e meu irmão quis me bater. Foi muito difícil esse início, mas eu precisava mostrar quem eu realmente era, estava sufocado, não aguentava mais. No final das contas, tive que sair de casa, viver minha vida por minha conta, com minhas escolhas. Atualmente a minha família já me aceita melhor, temos um relacionamento de mais respeito, mas mantenho a distância, resolvi assumir minha vida”, contou Tenório, que hoje tem 20 anos de idade.Leonardo diz que nunca se identificou com o universo feminino, mas nem sempre soube que era um transexual. “Alguns sempre souberam o que eram e outros descobrem aos poucos. Eu me enquadro neste segundo grupo. Eu sabia que era diferente, não me enquadrava no mundo das meninas, mas não tinha certeza do que acontecia. Em filmes e programas de televisão me identifiquei com alguns personagens e pessoas que já sabiam que eram transexuais. Comecei a pesquisar e acabei me descobrindo”, revelou o jovem, que toma hormônio masculino (tes­tosterona) há mais de um ano e pretende fazer a cirurgia de mudança de sexo completa. “Com o hormônio ganhei aparência masculina, tenho pelos pelo rosto e minha voz já está mais grossa, mais ainda pretendo fazer todas as cirurgias necessárias para a mudança total”, completou. A cirurgia de mudança de sexo, também chamada de cirurgia de transgenitalização,  para as pessoas que pretendem trocar o corpo feminino pelo masculino, consiste na retirada das mamas (mastectomia), dos órgãos internos femininos (ovários, trompas e útero) e na construção de um pênis (neofaloplastia), este último é autorizado ainda em título experimental, ou seja, só é feito por alguns hospitais universitários credenciados pelo CRM.  “A neofaloplastia está em caráter experimental porque os resultados estéticos e funcionais do procedimento ainda são questionáveis”, explicou o relator da resolução e conselheiro federal Edvard Araújo. De acordo com Araújo, as outras cirurgias são procedimentos simples e que já são realizados em larga escala no tratamento de doenças. “No caso da indicação para a mudança de sexo, as cirurgias podem ser feitas todas de uma vez, mas isso vai depender do especialista que esteja realizando o procedimento”, revelou o relator da resolução.   NEOFALOPLASTIAA construção do pênis, ou neofaloplastia, ao contrário dos outros procedimentos da troca de sexo, é uma cirurgia mais complexa. Segundo o urologista e andrologista Roberto Lucena, pa­­ra a construção do pênis é utilizado tecido mus­­cular, normalmente retirado da co­xa. “Mas não é apenas isso, é necessário também construir uma uretra, entre outras coisas. Transformar um corpo feminino em um masculino é bem mais complicado do que o contrário, afinal, a mulher tem apenas um clitóris, mas não é impossível”, revelou o médico."

site de pesquisa: http://www.folhape.com.br



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