Falando sobre tudo

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terça-feira, 3 de julho de 2012

Conto Erótico XVIII




AMOR ATRAS DAS GRADES

As razões porque acabei presa não vem ao caso.
O que importa é que passei a dividir uma cela com mais duas mulheres e minha vida parecia ter acabado ali.
Rute, a parceira mais velha, era terna e ao mesmo tempo enérgica. Tratou-me muito bem. E a seu modo tentou me convencer que tudo tinha uma razão de ser. Que eu não estava ali de graça.
As vezes colocava uma faixa na cabeça e fazia orações sempre virada para uma parede que ela chamava "o lado da luz".
 Queria que eu entendesse que o amor superava tudo.
Isa, a outra companheira de cela, nessas horas ficava muda, dando a entender que não endossava nada que Rute falava.
No principio aquilo me entediava. Aumentava minha melancolia e era cada vez maior minha vontade de morrer. Podiam estar duas, dez, mil pessoas naquela cela que mesmo assim me sentiria só.
Achei estranho o fato de Isa começar a me olhar atravessado toda vez que Rute me procurava e oferecia o colo ou seu ombro suado.
Como eu chorei naqueles dias!!
Isa era grosseira e toda vez que eu fazia beiço ela resmungava:
-Essa piranha tá sentindo é falta de vara!"
Outro dia cochilei e acordei com as duas agarradas aos tapas.
Rute batia sem piedade. E brigavam por minha causa.
Isa ameaçava me matar sem que eu tivesse feito nada.
Eu me equilibrava naquele ambiente precário. Mas a autoridade de Rute me confortava. Mas nem por isso minha apreensão diminuía em relação a Isa. Querendo me animar, Rute sempre ligava o radio e ficava rodopiando no meio da cela.

Um dia, quando o ambiente estava mais ameno, topei dançar com ela.

Pelo jeito com que me enlaçou e pela pressão que fazia contra meus seios imaginei que ela queria ir alem de um simples dois-pra-la dois-pra-ca.
Não demorei a ter certeza. No fim da tarde ela me passou um bilhete curto e cristalino:
-uero fazer amor com você".
Entrei em parafuso. Mas estava aberta aquela relação. Como um rato em frente ao queijo. Um bêbado diante de uma cerveja. Um viciado diante de um baseado.
Eu estava querendo mais que ela e devia estar escrito em minha cara. Depois do chá ela passou a me encarar de uma maneira mais sensual. Seus olhos pareciam ter crescido. Me devoraram. Eu me sentia com febre. Meu corpo estava quente e suava.
 Isa ao contrario, estava sonolenta e bocejava sem parar.
 De repente arriou num sono suave. Parecia fingir. Mas era efeito de um sonífero que Rute mandou colocar no seu chá.
O próprio carcereiro pôs uma cortina diante da grade, em total sintonia com Rute, que nunca me contou quanto pagou para preparar aquele encontro minuciosamente planejado.
Depois de armar um lençol no chão, me puxou para o centro da cela e prendeu com um lenço os meus cabelos.
Em seguida me convidou a acompanhá-la numa oração curta e singela.
Serena.
Tirou minha roupa beijando cada pedaço do meu corpo descoberto.
Depois de livrar-me das suas, nos abraçamos, corpo com corpo, pele com pele.
E caímos de joelhos.
Nossos lábios grudados e nossas mãos soltas.
As minhas estavam paralisadas, mas as dela andavam livres e percorriam minhas costas causando calafrios e um tesão que ha muito tempo não sentia.
Sua boca conseguia engolir meu seio inteiro. Sua língua tinha o tamanho certo para invadir minha prexeca. Vi a luz nas trevas. Descobri o amor atrás da cela.
Rute hoje esta solta.
Mudei o visual sou outra. Vivo contando nos dedos os dias que me separam da liberdade. Quando Rute vem me visitar o diretor já sabe.
Nos concede um quarto como se fossemos um casal, e na verdade somos.
Eu me dispo para ela. Minha vida é sua vida. Por isso, ela, lá fora, me faz sentir livre. O amor não tem fronteiras. Aprendi com ela.
Principalmente sexo e liberdade

Conto enviado por Bellinha " Este conto retirei de um site de contos e não existia assinatura ou autoria "


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