Falando sobre tudo

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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Como você esqueceu seu grande amor?



Como esqueer um grande amor?

Pergunta feita por " anonima"


Vou começar transcrevendo um texto de Clarice Lispector.

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."Clarice Lispector

Vou contar um pouco da minha historia de vida.
Após sofrer muito, entendi que o meu amor, ah, esse é verdadeiro. Errei na escolha de pessoas, mas são coisas que acontecem. Quem me dera poder prever o futuro, nossa, muitas coisas não teria feito e muitas outras o faria. Acho que é por isso mesmo, que não podemos prever o futuro. Acredito em destino e não acredito em previsões de futuro. A não ser aqueles que já sabemos que podem acontecer, por intuição ou por continuidade de fatos. Enfim.... Acontece de nos enganarmos, acontece. Foi o que aconteceu. Criei uma mulher em cima de outra mulher. Isso quer dizer, que fantasiei, feio. Admirei a mulher que criei e não a real que estava, por que esta não era, na verdade, em nada parecido com a que eu criei. Nossa, ela tinha defeitos e, digamos que, um deles a maioria das pessoas nem aceitariam. Mas, na minha visão, deixou de ser um grande defeito e passou a ser um defeitinho que eu podia suportar, ou pelo menos achava que podia. Abstrai e admirei todo o resto. Era a minha deusa, a minha rainha, a minha mulher e por isso era perfeita, pelo menos para mim, era perfeita. Da admiração para a paixão foi um salto e para o amor um pulo. rsrsrsrs Só que a mulher que eu admirei, me apaixonei e amei era uma mulher que eu criei. Não era a mulher que eu namorava na real. Por isso sofri tanto, quando descobri o que eu havia feito comigo mesmo. Ai que digo, que muitas vezes nós tentamos nos enganar e no final ninguém tem culpa de nada, a não ser nos mesmo. Ela nunca teve culpa de nada, até por que eu sabia exatamente aonde podia chegar e ate onde ela chegaria e chegou. Me enganei por que quis. Fiz tudo que podia para resgatar o amor que pensei que fosse reciproco e que por isso valia a pena, mas descobri que nem era reciproco e nem valia a pena. Desisti de mendigar amor, atenção, afeto, carinho e até respeito.Resolvi lutar contra tudo que pudesse me magoar, tudo.  Fiz uma lista de "recomeço", comecei por guardar tudo que me lembrava ela, numa caixa e coloquei em cima do guarda roupas. Conheço pessoas que, por raiva, jogam fora. Eu não, esperei a raiva passar e olhava tudo que me lembrava ela todos os dias e e para cada lembrança bonita, lembrava de coisas tristes. Bem, consegui parar de sentir raiva e sentir pena dela. Depois senti pena de mim mesmo, pelo tempo perdido e pelo inútil esforço de resgatar quem, na verdade, nem tinha mais vida, para mim. Essa caixa, até hoje ainda esta em cima do guarda roupas, só que agora perdida por lá, nunca mais vi esta caixa, enfim... Não procurei outra pessoa para esquece-la, por que não creio nisso. Não se troca pessoas e não se substitui sentimentos. Carência é outra coisa, outro departamento. Nunca fui um cara carente, graças ao bom Deus.  Tem mulher á vera por ai e não precisamos usar de alguém para suprir nossa carência. Alto estima, também é outro departamento.  Nunca fui uma pessoa de baixa estima, sei bem quem sou e o que sou e até que tenho me saído bem, se comparar a maioria.  Não quis namorar ninguém e quando me sentia só saia pela noite, pelas boates da vida, e supria minha carência momentânea. Fiquei só, comigo mesmo. Tive que aprender a gostar de mim, a me amar e confesso, não foi fácil.  Depois, tive que implorar pelo "golpe de misericórdia", por que putz, nada adiantava eu sabia que ela nunca foi a mulher dos meus sonhos e da minha vida e mesmo assim, não parava de pensar. Então pensei, preciso ver, ouvir, dela tudo que nunca quis ouvir e fui atrás. Cheguei a pedir para ela me dar a facada mortal, mas ela não fez, claro. Cutuquei tanto, que consegui e ela me deferiu a facada, o "golpe de misericórdia" e  matou tudo de bom que restava e que eu, insistia em querer acreditar que tinha vivido. Foi uma morte lenta, muito dolorida, mas acabou, morreu. Não  deixei de amar, mas hoje, sei que amo quem eu construi e não aquela pessoa de carne e osso que estava em minha vida.  Consegui separar as duas, o sonho da realidade e sobrevivi a mais essa.  Vou ama-la para sempre, sei disso, por que o amor é eterno e incondicional, mas agora, somente na lembrança de um grande sonho de amor, e como sonho, só meu. Hoje, quando me pego sonhando não hesito e pego o telefone e ligo, eu preciso saber que ela esta bem e feliz . Então, me acalmo e me contenho,  e o sonho, o delírio desaparecem e eu consigo continuar minha vida, uma hora essa necessidade vai acabar de vez e eu vou  conseguir lembrar com carinho da mulher dos meus sonhos, que por alguns anos fizeram parte da minha vida e fui muito feliz. Espero ter respondido sua pergunta, mas cada um com sua historia e sua formula de "recomeço", procure a sua e vá a luta, trave uma briga com você e vença mais essa também, por que o que vale mesmo é ser feliz, seja la com quem for, mas nunca se esqueça de separar os sonhos da realidade, por que as duas são necessárias, mas distintas. Forte abraço
AtivaRomantica


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