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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Relato de um Transsexual



Sempre soube ser homem, apesar da minha forma física de mulher. Quando adolescente, tentava esconder meus seios que insistiam em crescer. Quando mestruei foi a morte pra mim, não queria ter aquilo todo mês, chorava e me escondia de todos por 5 dias, todos os meses. Quando fiz 17 anos, descobri que podia acabar com aquela tortura mensal e comecei a tomar pírulas anticoncepcional e não mestruava mais. Minha família nada dizia, mas me olhavam meio torto, as vezes, como se eu fosse um doente. Eu nem ligava. Minha mãe me bateu quando tinha 8 anos, por que coloquei uma meia na calcinha que usava, eu ainda usava calcinha, para fingir que tinha pênis e sai todo proza me sentindo o cara. Apanhei e nunca mais fiz isso, pelo menos não em casa e nem tão evidente que minha mãe pudesse perceber. Tive minha primeira namorada aos 19 anos e foi com ela que me casei e vivo até hoje.  Minha esposa sempre me respeitou e me ajudou muito quando decidimos por entrar no sistema de transformação sexual. Fiz várias operações, retirei a mama, o útero e os ovários, tomei remédios para ter voz grossa e acabei por ter barba e bigodes. A transformação para adequação da minha identidade biológica com minha identidade sexual, durou 5 anos, aproximadamente. Confesso que tive muito medo de dar algo errado e eu me tornar um monstro, quando eu só queria me sentir bem e feliz. Por um tempo, quando novo, pensei que fosse lésbica, mas logo percebi que não era, por que não me enquadrava a elas. Sempre gostei de mulheres heteros e não lésbicas, até por que as lésbicas não se sentiam atraídas por mim. minha esposa fez tratamento psicológicos para evitar problemas futuros, uma vez que eu ia mudar radicalmente minha forma física. Operei e agora tenho meu próprio pênis, não é um pênis de 22 cm como queria, mas caraca, antes nem isso eu tinha. Foi uma vitoria e uma grande conquista pra mim. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom dia. É preciso coragem para ser como se é. Romper os limites, sair da prisão, e buscar viver de acordo com o que se é. Peço a Deus coragem, para ter ATITUDE nesta vida, e não mais sobreviver, aceitando tudo como se fosse uma imposição maior. Eu preciso respeirar. Ser eu mesmo, romper os limites do físico e transbordar o que de fato sou. Homem preso em corpo de mulher. Experiência indigesta, difícil, sei lá. Mas... felizes de quem tem coragem de ir além. Nada melhor do que ter alguém ao lado para auxiliar, porque só, tudo torna-se inviável, pelo menos para mim. Prudente!!!

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